The Physical Impossibility of Death in the Mind of Someone Living, criada por Damien Hirst em 1991, é uma das peças mais icônicas da arte contemporânea. A obra consiste em um tanque de vidro contendo um tubarão-tigre preservado em formaldeído, representando a presença tangível da morte e o confronto com a mortalidade. O título sugere a incapacidade humana de compreender plenamente a morte enquanto vivos, destacando o paradoxo entre a presença física do animal e sua ausência de vida. A obra faz parte do movimento Young British Artists (YBA), liderado por Hirst, e simboliza sua abordagem provocativa e conceitual à arte.
Contexto social do artista
Damien Hirst criou The Physical Impossibility of Death in the Mind of Someone Living no auge do movimento YBA, que desafiava as convenções da arte tradicional com peças conceituais e impactantes. Os anos 1990 foram marcados por um crescente interesse pela arte contemporânea no Reino Unido, especialmente com o apoio de colecionadores como Charles Saatchi, que encomendou esta obra.
A peça reflete a fascinação de Hirst com a mortalidade, a preservação e o papel do espectador na interpretação da arte. Em um mundo cada vez mais dominado pela ciência e pela tecnologia, a obra também explora o confronto entre natureza e cultura, vida e morte.
Processo criativo da obra
The Physical Impossibility of Death in the Mind of Someone Living foi criada utilizando um tubarão real e técnicas de preservação:
- Tanque de vidro: Um tanque retangular contém o tubarão submerso em formaldeído, criando um efeito visual que simula o movimento congelado do animal.
- Tubarão-tigre: O tubarão original foi encomendado por Hirst de um pescador na Austrália. Após deteriorações, ele foi substituído em 2006 por outro espécime.
- Preservação em formaldeído: Essa técnica mantém o corpo do animal em um estado suspenso, simbolizando a luta contra o inevitável processo de decomposição.
- Escala monumental: O tamanho do tanque e do tubarão cria uma presença física impressionante, que força o espectador a confrontar a obra de forma visceral.
Significado da obra
The Physical Impossibility of Death in the Mind of Someone Living explora a relação entre vida, morte e percepção. O tubarão, uma criatura frequentemente associada ao perigo e ao medo, é apresentado como um objeto imóvel e silencioso, simbolizando a inevitabilidade da morte e a impossibilidade de compreendê-la enquanto vivos.
O título da obra destaca o paradoxo da mortalidade: embora o tubarão esteja fisicamente presente, sua morte desafia a mente do espectador a conceituar a ausência de vida. A peça também sugere a tensão entre a tentativa de preservar algo efêmero e a inevitabilidade da degradação.
Além disso, a obra reflete sobre o papel do espetáculo na arte contemporânea, transformando um animal comum em um símbolo carregado de significado filosófico e emocional.
Recepção da obra
Quando foi exibida pela primeira vez, The Physical Impossibility of Death in the Mind of Someone Living gerou enorme controvérsia e atenção. Críticos elogiaram sua inovação conceitual, enquanto outros questionaram se ela poderia ser considerada arte. No entanto, a obra rapidamente se tornou um marco do movimento YBA e consolidou Damien Hirst como uma das figuras mais importantes da arte contemporânea.
Hoje, a obra é celebrada como uma das peças mais influentes da virada do século XX para o XXI. Ela continua a ser exibida em museus e coleções, provocando reflexões e debates sobre o significado da arte, a mortalidade e o impacto visual.
Outras obras importantes do autor
- For the Love of God (2007): Um crânio humano incrustado com diamantes, explorando a mortalidade e a ostentação.
- A Thousand Years (1990): Uma instalação com moscas, uma cabeça de vaca e um ambiente controlado que simboliza o ciclo de vida e morte.
- Mother and Child Divided (1993): Uma vaca e um bezerro dissecados e preservados em tanques de formaldeído.
- Away from the Flock (1994): Uma ovelha submersa em formaldeído, representando isolamento e preservação.